Feliz natal – Reflexões sobre o filme e a guerra
agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade […] para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;
Efésios 2:13-19
Sinopse:No Natal de 1914, durante a 1ª Guerra Mundial, soldados franceses, escoceses e alemães abandonam seus rifles nas trincheiras e saem na neve, à noite, para comemorem juntos o Natal. É o suficiente para mudar a vida de um padre anglicano, um tenente francês, um tenor alemão e sua companheira, uma soprano.
Considero o filme Feliz Natal(Joyeux Noël) o melhor filme de guerra que já assisti.
O filme todo mostra a guerra como algo terrível, como sendo uma obrigação terrível para os que participaram dela.Nenhum personagem carismático a vê com bons olhos e nem com empolgação.
Além da crítica, o milagre da trégua é algo lindo de se ver.No meio de uma guerra desumana ressurge a humanidade de tantos homens.
O natal é o que causa essa trégua e une essas diferentes tropas de diferentes nações, o que me fez lembrar da passagem bíblica que cito no inicio desse texto.Mais tarde o padre que apoiou a trégua diz que tentou seguir a Jesus da melhor forma possível, ao apoiar essa união de povos.Sua interpretação dos fatos é diferente da do outro religioso que tenta usar uma outra passagem bíblica de forma distorcida para incentivar uma outra tropa a destruir seus inimigos:
Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;
O falso profeta afirma que a espada do Senhor estava com os soldados e que eles deveriam destruir o exército do outro povo, pois esses não eram “filhos de Deus” como eles seriam.Usa como argumento que o outro exercito faz coisas terríveis que eles mesmos não fazem.A solução?Fazer as mesmas coisas com eles agora, para que não se levantem mais.
Diante disso, o padre que apoiou a trégua deixa seu crucifixo pendurado num lugar e vai embora, simbolizando talvez um abandono de Fé por achar que Jesus pudesse mesmo ter algo a ver com aquela loucura;ou talvez o padre apenas tenha abandonado aquela forma tradicional de crer e tenha decidido andar de forma independente, de acordo com sua consciência.
Isso representa bem muito da nossa realidade atual, onde muitos homens distorcem a Bíblia a fim de conseguir lucro ou incutir falsas ideologias na mente das pessoas.Muitos se afastam das igrejas por não conseguirem diferenciar o que Deus realmente diz e o que é distorcido.Outros abandonam o convívio com grupos por entenderem de forma muito diferente dos demais e aí vão viver a sua espiritualidade de forma independente e informal.
Num certo momento, um pai conversa sobre o filho sobre a guerra.O pai, que acha a guerra importante e detestou saber da trégua, acha terrível que tenha chegado um tempo em que uma pá tenha valido mais que uma arma (talvez se referindo ao prolongamento da trégua a fim de que as tropas de ambos os lados pudessem enterrar seus mortos).Esse tipo de gente não conseguiria se contentar com o Paraíso:
Ele julgará entre muitos povos e resolverá contendas entre nações poderosas e distantes. Das suas espadas, farão arados, e das suas lanças, foices. Nenhuma nação erguerá a espada contra outra, e não aprenderão mais a guerra.
Todo homem poderá sentar-se debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e ninguém os incomodará, pois assim falou o Senhor dos Exércitos.
Esse filme é muito bom mesmo, vc viu também A última das Guerras?
Ambos são inspirados em histórias reais, o que é ainda mais incrível.
Ainda não vi mas imagino que deva ser mesmo bom. Obrigado pela dica.